Ser Designer, ó, difícil caminhar por estradas tortuosas...
Fui procurar atendimento em um hospital e mais uma vez senti na pele a dura verdade sobre minha profissão...(Não somos reconhecidos... Não somos valorizados... Nem entre os próprios designers existe um consenso sobre o que compreendem nossas atividades... E o que elas valem... ) Já na recepção, pronta para fazer a ficha, a atendente me pergunta: Profissão?
Designer, respondo.
Desi o quê?
Aiiiii...
“D” de dado “E” de escola...
Sempre tenho que soletrar.
A atendente fica com aquela cara de “ai que saco, deve ser vendedora e vem com esse papo de que é designer, só pra falar bonito...”
Mais comum que a falta de conhecimento geral, são as piadas que os designers fazem a respeito de si mesmos...
Na minha colação de grau, convidamos um Phd para nos homenagear e ele falou um pouco sobre a atividade de design, no nosso caso, Design de Produto. Dijon de Morais usou uma analogia simples sobre a sua busca pela chupeta perfeita, quando a esposa dele ficou grávida. A mulher estava empolgada com os preparativos e não deixava ele se intrometer em nada, ele então resolveu comprar uma chupeta para o bebê, já que parecia o único item que a esposa estava esquecendo.
E como na época ele vivia na Europa, ele passou a observar as chupetas em cada país que visitava. Era o primeiro filho dele, ele estava emocionado, e obviamente, queria a melhor chupeta do mundo para a criança. Como é de se esperar, ele encontrou inúmeras chupetas: antômicas, com materiais inovadores que não deformam e não se rasgam, com materiais resistentes a microorganismos, coloridas, em forma de bichinhos, com assessórios acoplados, com cheiro de moranguinho, sem cheiro, com furos especiais para evitar que o bebê se engasgue, com formato especial para evitar a deformação dos dentes do bebê, baratas e caras, enfim, um único produto com tantas variáveis que ele demorou meses para encontrar a que aglutinava todas as características que ele julgava importantes para a segurança e conforto de seu bebê.
Toda a platéia ficou impressionada com o discurso do professor. Ninguém imaginava que uma chupeta (um produto aparentemente simples e comum), teria tantas implicações, imaginem então uma geladeira, uma luminária, um equipamento médico, um carro, um avião...E só estamos falando de design de produto, ainda nem citamos as outras disciplinas do design, como de ambiente, gráfico...
Pior de tudo foi quando meu pai, após o discurso, veio me falar todo emocionado (depois de cinco anos convivendo com uma entusiasmada estudante de design): Nossa minha filha, finalmente entendi sua profissão!
Afeeee!
4 comentários:
Amiga, pelo menos seu pai entendeu. Minha família até hoje não sabe o que é um produtor editorial. rs!
Pelo menos agora vou ser publicitária. Émais fácil de explicar. kkkkk!
bjo!
Foi uma maneira bacana de explicar pra alguém o que é design, ainda mais vindo de quem veio. Queria que a minha mãe também soubesse dessa história, acho q eu vou contar pra ela. Assim quem sabe da próxima vez ela não insista em falar q eu faço "coisas de computador"? E nem me indique pros trabalhos mais nada a ver. Hehehe...
Ah, e quando eu vou em algum lugar e me perguntam a minha profissão, eu falo que eu sou desenhista industrial, é uma definição meio ultrapassada, mas pelo menos o pessoal entende de primeira! kkkk
Abraços
Nossa, como é bom ser compreendida!!!
Vida longa aos profissionais cuja profissão ninguém entende!!!
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