quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Quando você conhecer alguém...




Quando você conhecer alguém que a faça desejar mudar de estado civil, pelo seu próprio bem, abandone sua vida, aquela antiga, com aqueles caras que não a mereceram e a fizeram sofrer, que a ensinaram bastante sobre quem você não queria ao seu lado e que roubaram algumas noites em que você passou na cama, sozinha, chorando.

Abandone também aquele grande amor do passado, aquele primeiro, o que lhe tirou o fôlego e que acreditou que seria para sempre, mas por algum erro de percurso, você perdeu. Sim, enterre também as boas lembranças, os bons momentos que a fazem suspirar quando você, por um descuido ou outro, acaba viajando em sonhos para um tempo em que foi muito feliz com alguém.

Não mencione nomes, lugares, episódios.

Quando você conhecer alguém que a faça desejar começar tudo de novo, de um jeito novo, para uma vida nova, mesmo que nada seja certo nem duradouro sobre a face da terra, entenda que suas experiências são suas, para seu crescimento, seu aprendizado, sua história, e que o outro não merece compartilhá-las (por que quer lhe dar novas histórias), nem precisa (por que tem seu próprio passado).

Ao contrário, no lugar de perder tempo detalhando cada ex, cada aventura, cada romance, bem ou mal fadado, aproveite para construir coisas novas sob escombros escuros. Aproveite para se reinventar. Permita-se cometer erros (os mesmos que você já cometeu). Permita-se repetir clichês. Permita-se o frescor de uma nova relação.

Não contamine sua nova existência com um passado mesquinho. Pois o passado é mesquinho sempre. Está engessado no que você fez e viveu. Nada pode se comparar à enormidade de um presente em construção e a um futuro vindouro.

Nenhum amor pode florescer regado de coisas usadas. Liberte-se.

A vida é breve demais para que a gente insista em assistir sempre o mesmo filme. Ler o mesmo livro. Ficar preso à coisas que acabaram.