segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Fernanda no Limite da Razão


Algumas pessoas não acreditam em Deus.

Não estou aqui para criticá-las, não sou nenhuma beata de porta de igreja, na verdade detesto gente que vem pregar no meu ouvido e tentar me convencer de que sua crença é a mais certa. Não acredito que existe "crença certa". Acredito em Deus. Acredito no bem que ele causa em minha vida, e acredito que Ele seja uma fonte infinita de poder e amor. Vejo belíssimos ensinamentos filosóficos em diversas religiões, e colho um pouco de espiritualidade em todas elas. Acho que a fé é um pilar sem o qual seria difícil manter a sanidade num mundo tão cheio de dificuldades, sendo que essas dificuldades existem por diversos fatores muito complexos para que eu possa divagar sobre eles aqui.

Mas o fato é que sinto uma certa pena dos agnósticos, dos céticos e dos ateus. Obviamente que a ciência e a razão são os propulsores do desenvolvimento do mundo e da qualidade de vida do ser humano. Sem a razão, valores como igualdade, fraternidade e liberdade para todos os seres humanos não seriam perseguidos pelos homens. Sem a ciência, não compreenderíamos os fenômenos da natureza e não saberíamos como tirar proveito deles. Mas, como já dizia o filósofo, a razão sem a fé beira a loucura, assim como a fé sem a razão é cega.

Prova é que os grandes cientistas acreditavam em Deus. Quanto mais próximos eles ficavam da compreensão da natureza, mais eles se davam conta de que nada sabiam e nada poderiam compreender. Mas gênios que eram, vislumbravam que sua ignorância era ilimitada, e que a perfeição do universo só poderia ser explicada por uma força criadora. A que chamamos de Deus. E para qual cada um pode inventar seu próprio nome.

Há muitas razões para a fé. E muitas razões para a falta dela. Porém, quando não acreditamos em nada, penso que a vida se torna vazia e sem sentido. Imaginem que tudo o que criamos, sentimos e vivemos em nossa existência não tenha razão ou significado algum! E que tudo o que somos vai se tornar pó de estrelas... Cada pensamento nosso... cada alegria... cada pessoa que amamos... cada pôr do sol que assistimos...Imaginem que não exista nada em que se apoiar num momento extremo de dor e de desespero...

Sinto pena das pessoas que não podem contar com o consolo da fé... Sinto pena dos que não vêem quão sobrenatural é a beleza do mundo... e sobretudo tenho pena, muita pena, das pessoas que acham que podem alcançar todo conhecimento e que são autosuficientes... sem perceber quão frágil e maravilhoso é o simples ato de estar vivo...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Design de Ambientes - Móveis Pesonalizados

Cozinha planejada
Todo mundo sabe que investir num projeto de ambiente para deixar a casa ou o trabalho bonitos e funcionais só traz benefícios. Além de proporcionar bem estar e qualidade na convivência, ambientes projetados são mais produtivos.

Móveis planejados são mais acessíveis e hoje em dia se pode contar com empresas que fornecem produtos de boa qualidade. Porém, investir em móveis personalizados ainda é a melhor proposta para quem deseja aproveitar cada pequeno espaço em seu ambiente, além da maior gama de opções em materiais, acabamentos e ferragens. O custo ainda é maior, uma vez que cada móvel e montagem são únicos. O projeto de ambientes ainda tem a vantagem de corrigir pequenos contratempos da arquitetura, como vigas aparentes, pilares, desníveis e aproveitamento de nichos e "espaços mortos".

Se você deseja e pode contratar uma marcenaria personalizada para instalar seus móveis e executar seu projeto de ambiente, tenha em mente que o sucesso do seu investimento depente dos profissionais contatados para realizá-los. Comece contratando um designer que vai respeitar suas necessidades inclusive de custo. O designer é o profissional que vai avaliar seu espaço, suas preferências de estilo e sua capacidade de investir, e vai elaborar o projeto especialmente para atender a essas necessidades. Depois, a escolha do profissional que irá executar o projeto deve ser criteriosa, mas geralmente quando o projeto é bem elaborado e orientado, um bom marceneiro será capaz de realizá-lo sem maiores problemas.

Para exemplificar a complexidade de um projeto de ambientes, o que vejo de bem complicado é a execução de móveis para Home Theather, devido à necessidade de coordenar o projeto com a aquisição de aparelhos eletrônicos que estão cada vez mais sofisticados. O ideal é que a elaboração do projeto tenha a participação do profissional que vai executar a automação do Home. É preciso prever passagem e acesso de uma infinidade de cabos e fios, e é preciso que nada disso fique aparente. É preciso também personalizar a medida do móvel e seu lay out para cada aparelho, e também é necessário que o móvel não interfira em seu funcionamento. Até a cor de um móvel pode interferir na otimidade do Home, pois na interface com aparelhos que produzam imagem, pode prejudicar a perfeição e pureza da mesma.

Em minha experiência observo que os mínimos detalhes são justamente os pontos problemáticos depois. Uma simples caixa de eletricidade mal alocada pode gerar um grande transtorno na instalação de um móvel, e é aí que o designer entra para trazer a solução.

Outra opção é contratar uma empresa que já possua profissionais que dêem assistência ao projeto, como a empresa em que trabalho, a Hermes Ebanesteria. O projeto é avaliado em seus mínimos detalhes antes da execução, pontos críticos são corrigidos e soluções são apresentadas ao cliente a ao profissional que elaborou o projeto. Designers (como eu, rsrsrs), especializados em projetos de marcenaria, apresentam soluções técnicas e supervisão da montagem, além de cuidarem para que o acabamento final seja excelente.

Algumas pessoas acreditam que o custo desse serviço é alto, mas se avaliarmos os benefícios, é um investimento em qualidade de vida e otimização de espaços que vale muito a pena para o cliente e os profissionais envolvidos.

sábado, 14 de agosto de 2010

Homens que odeiam as mulheres

Uma amiga minha me disse: "Fê, tem tempo que não leio o seu blog... Você ainda odeia os homens?"
Isso deveras me preocupou... Eu não odeio os homens! Se alguma vez eu escrevi algo que desse a entender isso, vão aqui minhas desculpas públicas... Na verdade, eu amo os homens... Eles é que não me amam muito...

Realmente, existe sim um tipo específico de homem que eu odeio... É aquele tipo que se apaixona perdidamente... Faz todas as loucuras para atrair nossa atenção... E quando a gente cai na teia dele... Ele começa a se desinteressar da gente na exata proporção em que começamos a nos interessar por ele.

Ca-ra-lho!!! Não faz sentido esse tipo de homem!!! Ok, acredito que possa existir mulher assim também... Mas como elas não me afetam, não tenho o que dizer a respeito... O que posso fazer é ser solidária com o homem que foi o centro das atenções de uma mulher pelo tempo que ela achou conveniente, e quando se viu apaixonado, a mulher pulou fora e fugiu como o diabo da cruz.

Esse tipo de pessoa tem um jeito muito honesto de dar o fora em alguém, por isso fiquem atentos: a pessoa começa simplesmente a negligenciar a outra. Para de ligar, de dar atenção, de dar carinho... Nunca tem tempo... Para ela, está muito claro que ela está dizendo que não quer mais... Mas para nós, que estamos apaixonados e acostumados com todo aquele excesso de atenção, isso dá um nó na cabeça... E começamos a justificar a pessoa de todos as formas... Ela está muito ocupada... Ela está com outras preocupações... Ela não tem dinheiro para sair com você... Até que você está totalmente perdido, deprimido e atordoado, então, cansado de tanta desconsideração, nós é que damos o fora na pessoa! Ela não tem coragem e nos obriga a fazer o trabalho sujo. É nojento!

É um pouco como o traficante faz com o drogado... Uma dose pequena para você experiementar, você prova, gosta... E as doses vão aumentando, e sua necessidade vai aumentando... Até que um dia ele simplesmente diz que se você quiser mais, vai ter que pagar (e caro) para ter... Então você dá a vida por aquilo, já que está totalmente viciado...

Bom, como vocês podem perceber, não é saudável... Então, para não cair nesse tipo de relação, descarte alguns mitos da sua cabeça: amor à primeira vista, é um deles... Pessoas que dizem eu te amo, ou eu te adoro no segundo encontro? No mínimo desconfiem. Ninguém ama tão rápido. Ninguém se apaixona à primeira vista. Isso só pode ser uma cilada que vai acabar com alguém chorando... Aí eu recomendo a cama, que é sempre um lugar tão bom para amar quanto para afogar as mágoas...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Top 5 - As 5 prioridades que espero dos próximos governantes

Gostaria de ser uma engajada política. Levantar bandeira, ir para a praça pública protestar, defender meus ideais avidamente... Porém, assim como nenhuma religião responde completamente às minhas questões espirituais, nenhum partido político me seduz cem por cento. Prefiro acreditar em um candidato com vontade de melhorar o país do que em rivalidades exacerbadas.

Dia 15 de outubro lá vamos nós para mais uma maratona eleitoral. Se estaremos preparados para a batalha? Espero que sim... Não acredito que a missão esteja cumprida nesse dia e após as apurações. Penso que como cidadãos responsáveis, devemos acompanhar nossos eleitos e pressionar para que eles trabalhem honestamente.

Então o top 5 de hoje é sobre as 5 prioridades que vejo que devem ser atacadas com muita garra pelos novos eleitos. Quando eu for às urnas votar no dia 15, é isso que eu espero deles, sejam quem forem.

1) Educação e Cultura:  acho que os políticos e a sociedade num geral devem olhar com mais carinho para as crianças do Brasil, que são o futuro desse país, e andam tão mal cuidadas por todos nós. Começando pelo estatuto da Criança e do Adolescente, que eu gostaria que fosse levado mais à sério por todos os governantes e por todos os cidadãos. Se toda criança tem direito à saúde e educação, então que a gente encontre um jeito de colocar todos esses pirralhos na escola, e de assegurar que tenham uma educação de qualidade. E também quero que essas crianças sejam vacinadas e atendidas gratuitamente, com qualidade, nos Postos de Saúde e hospitais públicos. Quero que tenham acesso aos medicamentos e que não precisem morrer de doenças simples, perfeitamente tratáveis. Seria ótimo também que seus pais pudessem lhe dar alimento saudável para garantir sua energia para brincar e para criar.

2) Honestidade: Quero que os políticos sejam vigiados de perto. Porque já sabemos que a ocasião faz o ladrão, e num meio onde é fácil desviar dinheiro público, até um carinha certinho pode se corromper. Quero transparência na política. Quero saber o que esse pessoal faz com o dinheiro dos nossos impostos, centavo por centavo. E quero mais honestidade da polícia, dos funcionários públicos e de todos os que trabalham pelo país.

3) Reforma tributária: Somos um dos povos que mais pagam impostos no mundo! E quem mais paga imposto no Brasil é quem tem menos grana... Por que isso não foi distribuído proporcionalmente até hoje? Isso sem falar nas pequenas e médias empresas, que hoje são a grandes geradoras de empregos. Gostaria que a barra fosse aliviada para os pequenos empreendedores, para que eles possam crescer e produzir mais. Quero que a renda seja melhor distribuída no país. Não sou socialista, nem acredito nessas coisas. Mas acredito que a classe miserável do Brasil pode ser menos miserável. Isso também amenizaria o problema da criminalidade e da violência urbana.

4) O bom exemplo do orçamento participativo ampliado para o Brasil: em minha cidade os cidadãos escolhem periodicamente, entre duas obras sugeridas pela prefeitura, qual deve ser executada. Há uma eleição entre os moradores de cada região, e nós escolhemos o que queremos que seja feito, e que achamos mais importante para nossa vida. Isso funciona, retirando poder de uma elite burocrática e ampliando-o para a sociedade. No Brasil, vejo grande esperdício do patrimônio público em obras faraônicas que só servem para lavar dinheiro e enriquecer políticos. Chega disso!

5)  O Brasil é nosso: o brasileiro precisa acordar para uma realidade inquestionável: cada povo tem o governo que merece. Se é assim, por que tanta robalheira no poder público? Por que ela começa no nosso dia a dia, no nosso trabalho, às vezes dentro de nossas casas. Quem é cem por cento honesto a ponto de poder jogar uma pedra no plenário? Quem não tem "gato" de eletricidade ou internet em casa? Quem não usa o "tio poderoso" para furar uma fila ou para ser indicado num emprego de confiança? Quem não joga guimba de cigarro no chão? Quem não estaciona em fila dupla? Quem não acha que tem mais direito que os outros e respeita o seu próximo? Quem não corta uma árvore sem autorização da prefeitura? Quem não usa e abusa do infame "jeitinho brasileiro"?

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

30 coisas para se fazer antes dos 30

1) Formar-se no terceiro grau (qualquer faculdade que você odiou fazer, mas que compensou pelas farras, os porres, os amigos e o diploma que vai te sustentar pro resto da vida).
2) Assistir a Forrest Gump (aquele filme com o Tom Hanks e uma trilha sonora fantástica).
3) Viajar barato e ficar hospedado em Hostel, mochilar, acampar, etc etc (acredite, depois dos trinta você não vai suportar fazer isso mais).
4) Ter vários namorados ao mesmo tempo (é algo que só é possível quando você é totalmente inconsequente... Depois dos 30 os sentimentos dos outros se tornam tão importantes quando os seus).
5) Fazer alguns amigos verdadeiros (se você passar dos 30 sem nenhum, corte os pulsos...)
6) Conhecer o carnaval de Salvador ( supõe-se que o de Diamantina você tenha conhecido antes dos 20)
7) Tomar quantos porres você achar necessário (Depois dos 30 o corpo fica odiosamente pouco resistente ao álcool e propenso à ressaca)
8) Parar de fumar (Se você não conseguir apagar esse mal hábito, depois fica mais difícil).
9) Aprender a dirigir (Acredite, depois dos 30 é bem difícil também).
10) Aprender uma segunda e se puder, terceira língua (Você vai precisar!)
11) Amar seus pais (Quanto antes você fizer isso, mais tempo vai poder curtir os velhos).
12) Tocar algum instrumento (Ah, absolutamente necessário não é, mas é tão bom)...
13) Carimbar seu passaporte (Lembra dos Hostels?)
14) Beijar na chuva (deve ser fantástico)
15) Ficar bêbada e fazer um streap tease (imagina lembrar isso 10 anos depois? pior, imagina ver a filmagem que seus amigos fizeram disso 10 anos depois!!!)
16) Sofrer por amor (sofrer profundamente, ridiculamente, desesperadamente...)
17) Sofrer de novo por amor (quando você acha que já chorou tudo o que tinha que chorar...)
18) Se entregar sem pensar (sabe quando você mergulha de cabeça em alguma coisa muito profunda, sem pensar que o fundo é de azuleijo?)
19) Aprender a gostar de criança (mas deixe os filhos para depois dos 30)
20) Conhecer seus inimigos ( Conhece a ti mesmo, o autoconhecimento é a maior defesa do ser humano)
21) Aprender a gostar de praticar atividade física (antes dos 30 ninguém acha que precisa... até chegar aos 40 e se arrepender de todas as abdominais que você não fez)
22) Ter cabelão na cintura (A data limite para essa cafonice são os 29... Depois disso você corta, repica, vira moderna e pareça uma mulher, não uma mulher que quer ser uma adolescente!)
23) Aprender a economizar (depois dos 30 você descobre que todas as cervejas a menos que tomou e todos os sapatos de grife que deixou de comprar poderiam ser convertidos numa aposentadoria mais cedo)
24) Tenha um caso com um homem muito mais velho que você (na casa dos vinte, isso significa que você vai sair com um quarentão interessantíssimo e isso pode ser muito revelador)
25) Faça as pazes com o espelho (por que você vai desejar a bunda que tinha ao vinte cinco quando cruzar a linha dos 30... ah se vai!)
26) Segure seu grande amor (algumas pessoas tem a sorte de encontrar um grande amor, mas por acreditar que são jovens demais para vivê-lo, pois ainda tem que curtir outras coisas, o deixam escapar... e aquela podia ter sido a última oportunidade...)
27) Usar roupas escandalosas (abuse da piriguetagem... enquanto pode)
28) Cometa todos os erros possíveis (por que vai chegar uma hora que você vai estar cansada de bater a cabeça e vai caprichar mais para fazer melhor... geralmente a ficha cai perto dos 30)
29) Não diga não ( A juventude é para ser vivida e acumular experiências. Não tenha medo de viver as aventuras que a vida lhe oferecer. Depois dos 30 não fica nada bem ser hippie na praia com um namorado pescador).
30) Não se case!!! (Espere os 30... não custa, né?)

domingo, 1 de agosto de 2010

Coisas que Cinderela me ensinou!

Li um livro sobre psicologia que dizia que os contos de fadas eram uma forma que os educadores medievais usavam para transmitir conhecimento para as crianças, numa linguagem que elas tivessem condições de absorver em seu imaginário. Eles tratam de assuntos complicados, porém pertinentes à vida de todo ser humano: a descoberta da sexualidade, a necessidade de amadurecer e evitar riscos e perigos, a relação difícil com a família, a maldade, a morte...

O meu conto de fadas preferido é Cinderela. Sei que vocês estão rindo... O que uma feminista tem a ver com Cinderela...?

Para começo de conversa, o Complexo de Cinderela, desvio psicológico observado em mulheres pós feminismo e assim nomeado por Colette Dowlling, trata da relação de dependência da mulher de forças masculinas. É como se a mulher esperasse, nem sempre tão paciente como as princesas dos contos de fadas, a chegada do homem que a libertará de todos os seus problemas.

Porém, o fenômeno que pode acometer a mulher em qualquer fase da vida, mesmo ciente de que as pessoas são simplesmente humanas e que nenhum homem pode subistituir a realização pessoal da mulher, pode ser erroneamente nomeado. Cinderela não era uma princesa, e muito menos ficou sentada esperando o príncipe encantado. A moça do mais celebrado conto de fadas de todos os tempos era pró ativa, e definiu seu futuro por meio de suas próprias decisões.

Fadada à pobreza e à servidão na casa de sua madrastra, Cinderela deu um jeito de mudar seu destino. Se no conto de fadas ela contou com a ajuda de uma fada Madrinha, podemos traduzir isso como uma moça usando seu network para conseguir o que deseja. Ela não ficou sentada à beira do borralho enquanto suas meio-irmãs iam para o baile da alta sociedade. Ela sabia que ali, no seu mundo restrito, nada iria acontecer para ela e que não teria chance nenhuma de mudar de vida. Então ela sai do seu lugar comum e ousa. Ela vai ao baile. Quantas de nós não ousamos encarar uma universidade, mesmo com todas as dificuldades, quantas não mudamos de cidade em busca de um emprego melhor, quantas não lutamos mesmo contra muitas adversidades para sair do nosso mundinho?

Outro ponto para Cinderela: além de esperta, ela soube valorizar seus atributos femininos. Estrategista, ela lançou mão do seu anonimato para criar um clima de mistério em torno de si mesma, e esse foi o anzol que pescou o príncipe. Cansado da mesmice e das mulheres que se lançavam aos seus pés, o príncipe olhou para Cinderela, por que ela era diferente. No mercado de trabalho e na vida pessoal, quantas vezes ter um diferencial nos faz sobressair? Essa é uma lição especialmente básica que Cinderela nos passa, e muito anterior às teorias de Marketing de Phillip Kotler.

Cinderela mostra seu potencial, mas quando o príncipe pensa que ela está conquistada, ela lhe foge. Ao bater da meia noite, bem quando seu vestido de festa se transformaria num tapo inútil, Cinderela vira as costas e parte. Não é a mais singela das metáforas? Não queria demonstrar nossa heroína a mais simples das regras de conquista? Uma mulher precisa ter coisas mais importantes para ela mesma que um homem e todas as suas necessidades. Ao fugir, Cinderela explicita ao príncipe que o tempo dele acabou, e agora ela ia cuidar de assuntos mais importantes para ela mesma. O que qualquer mulher independente conhece perfeitamente.

Vamos imaginar um mundo sem internet, em que a comunicação não é facilitada por tantos veículos como os que temos hoje. Cinderela não podia trocar número do celular com o príncipe, muito menos poderia seguí-lo no twitter ou mandar-lhe um email. Nem mesmo podia deixar um cartão de visita... O que ela faz? Deixa uma mensagem, poética e sutil, mas facilmente decodificada: gato, me siga! E como ela conseguiu ser tão explícita e tão sutil ao mesmo tempo? "Esquecendo" seu sapatinho de cristal. Aquele que possibilitou ao príncipe encontrá-la depois. Sim, por que depois de todo o trabalho de Cinderela, e depois que ela deu uma forcinha para seu destino, nada mais justo que o "prêmio" fosse até ela.

A lição que a heroína mais independente dos contos de fadas nos transmite é a seguinte. Saia do lugar. Vá em frente. Encontre seu destino. Seja ele um príncipe ou algo muito, muito melhor...