quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Desabafo de uma obstinada...



E a gente segue batendo cabeça na vida, tentando, tentando... Por quê algumas coisas precisam ser tão difíceis de alcançar? Por que tanta porrada que a gente leva da vida? Tudo bem, somos guerreiros, viemos a isso. Mas às vezes eu acho que a vida exagera, e bate mais do que podemos suportar. Ou não? Ou a carga que levamos é extrema justamente por que somos fortes o suficiente para dar conta?


Eu queria muito acreditar nisso. Sou dessas pessoas abençoadas, para quem tudo é um pouco mais dramático e complicado do que para a maioria das pessoas. Ou isso, ou é como eu enxergo as coisas... Velha história, a grama do vizinho é sempre mais verde... Mas voltando ao assunto, sempre questiono minhas frustrações e penso que, se tem que ser assim, é por que de certa forma eu sou forte, eu dou conta, eu continuo levando porta na cara e tirando força não sei de onde para continuar batendo. Vai entender...

Outro dia, de papo com uma querida amiga, perguntei a ela o que ela achava das pessoas chegarem e comentarem as conquistas dela como se ela fosse algum ser extraordinário. Ela me disse: “Sim, tenho uma vida confortável, um marido companheiro e três filhos inteligentes, saudáveis e que me dão orgulho. Mas é isso o que as pessoas querem ver. O que eu sofri para chegar até aqui e para sustentar isso tudo ninguém vê. Ninguém quer ver ou se importa. Por que o que a gente vende são nossas vitórias, não nosso sofrimento.”

Como será acordar todo dia e não ter uma longa batalha a travar? Fico imaginando essa vida de facilidades que é meramente idealizada. Simplesmente ter um dia inteiro durante a semana para acordar tarde, sem hora marcada, ler um livro, sem hora marcada, ver um filme, sem hora marcada, ver o tempo passar, simplesmente sem ter que me vestir, correr, enfrentar um trânsito, correr, comer sem sentir o gosto da comida, correr... Bom eu não sei o que é isso. Não ter uma vida cheia de responsabilidades e compromissos a cumprir, prazos e complicações.

É isso, eu não me canso. Aliás, eu me canso, mas não tenho tempo para pensar no assunto. Assim que eu levo mais um empurrão, já estou me virando para levantar e continuar. Mal vivo um fracasso e já estou me organizando para traçar outra forma de viver um sucesso. Às vezes acho essa persistência meio estúpida, meio sem sentido. Parece um vício do qual não consigo me livrar. Não consigo largar a mão, desacelerar e ligar o foda-se. Às vezes eu vejo que sou uma puta de uma cagona, tenho medo mesmo.

Às vezes é preciso mais coragem para desistir do que para continuar...