segunda-feira, 8 de abril de 2013

Nem Jorge pra Salvar a Novela das Oito

Novela é uma coisa que eu raramente tenho saco de assistir. Não consigo nem mesmo naqueles momentos de extremo ócio caseiro, quando já cansei de algum livro ou alguma atividade. Prefiro qualquer outro programa televisivo. Mas nem sempre consigo escapar das novelas, se quiser compartilhar um momentinho familiar, já que a tal da novela é preferência absoluta das noitinhas lá em casa (para meu desespero).

Às vezes alguma novela conquista meu coração. Por isso mesmo estou chocada com Glória Perez. Depois de um currículo até razoável, onde se inclui pérolas da televisão brasileira como Desejo, Ilda Furacão, e até a divertida Diarista, vem cuspir essa chatice de Salve Jorge na cara da gente, uma novela sem eira nem beira, mal escrita, mal interpretada, ou seja, um fiasco total em todos os sentidos!

A verdade é que Glória Perez não acerta mais a mão. Não sei de onde ele tirou personagens tão sem consistência, como a mocinha atormentada Morena, cuja atriz, inexperiente para o papel, não tem muito traquejo cênico. Além disso, o casal principal não tem a menor química. Aliás, não existe o casal central, aquele parzinho romântico que fazia a gente suspirar... Ele foi subistituído por uma grotesca suruba Global em que o herói valoroso é capaz de disferir uma frase como: "eu transei com ela (a arquiinimiga de sua amada) por vingança!"

O mocinho cantado em verso e prosa por Roberto Carlos em seu recente sucesso "Esse cara sou eu", que fez a mulherada molhar as calcinhas e sonhar com o príncipe encantado não serve nem pra cafajeste. Pra ser cafajeste ele teria que melhorar muito e muito.

Falando "nesse cara", quem não suporta mais essa música enjoada levanta a mão! o/

O tema do tráfico de pessoas podia ser interessante, mas obviamente Glória Perez não sabe nada a respeito. Uma série de vilões meio idiotas, meio obssessivos, meio atrapalhados mantém uma turma de mocinhas que mais parecem gatas borralheiras que mulheres obrigadas a se prostituírem presas num cenário de dar dó (talvez o orçamento tenha se esgotado com as locações na Turquia).

Não podemos negar que Giovana Antonelli é carismática e divertida. E que a Claudia Raia está musa, num figurino irretocável (dizem que sua personagem foi inspirada na personagem da poderosíssima Madeleine Stowe, de Revenge). Mas o que mais me assusta é a falta de senso crítico do público brasileiro. Ora vamos, somos um país noveleiro... Como é que a gente aceita uma novelinha
meia boca como essa?

É um desfilar de cenas com graves erros de continuidade e contra-regra, e mesmo de elaboração (entrar no elevador para conseguir um sinal melhor para o celular... oi?). E a agulhada fatal? Gostaria de saber como se mata com uma agulha...  

Hoje fomos presenteados com a filha da Gretchen dançando Conga la Conga! Gente, Conga la Conga!

Bom, paro por aqui. Não quero ofender os brios dos noveleiros de plantão... Falando nisso, viva a TV por assinatura... Esse luxinho que me salva da Globo no horário nobre. Plim plim!