quinta-feira, 30 de junho de 2011

Casadas X Solteiras

Quando somos jovens nossa vida tem um formato geralmente padrão: temos suporte da família, todas as nossas obrigações se resumem a estudar e cuidar do nosso futuro (que sempre parece distante demais) e temos uma rede de amigos com os quais construímos nossa história. Somos bombardeados com todas as idéias que representam uma vida adulta, como adquirir bens, segurança, estabilidade financeira e nossa própria família. Mas até certa idade, temos licença para não pensar em coisas sérias, apenas aproveitar a existência, em maior ou menor grau, de acordo com nossa situação na vida.


Eu, como uma das últimas das moicanas do time das solteiras, adquiri a seguinte opinião: nada muda tanto uma mulher como o quesito “constituir família”. Pelo que observo das minhas muitas amigas casadas, casar é quase uma lobotomia. Não me parece muito sensato acreditar que para ser adulta e responsável seja necessário abdicar dos prazeres que tínhamos quando solteiras, mesmo os prazeres mais simples, como ir ao cinema com as amigas. Acuso as mulheres de abandonarem as amigas deliberadamente depois que se casam, e minha acusação fica ainda mais séria quando acrescento um ponto: nossas amigas casadas não só acreditam que estão num patamar de importância superior às meras solteiras mortais, como nos cobram presença como se elas tivessem muito mais o que fazer, e nós muito mais tempo disponível.

Mais de uma vez fui criticada pelas casadas, ainda que em tom de brincadeira, sobre “tomar jeito”. Isso por que vivo uma vida típica de solteira. Gasto dinheiro como que eu quero, viajo quando eu quero, saio e chego na hora que quero. Tenho uma amiga casada que sempre me diz: nunca a vejo desarrumada, sem unhas e cabelo feito, sempre bem vestida... mas você é solteira, tem tempo e mais que obrigação de andar assim". Hein? Desculpe...? Agora é futilidade cuidar de mim, mesma? Isso tudo vindo de uma amiga que, quando era solteira, gastava mais da metade do salário em roupas de grife? Não acho que negligenciar meus compromissos comigo mesma seja ser mais adulta, tanto quanto uma mulher que passa o dia preocupada com os horários dos filhos, com as notas do boletim, com a nutrição da família e com as necessidades do marido. 

Nós, mulheres solteiras, passamos nossas vidas comemorando as conquistas e as escolhas das nossas amigas casadas, mas são raras as oportunidades (de acordo com as normas sociais) em que as mulheres casadas participam das nossas escolhas e conquistas. Por exemplo, fui sete vezes madrinha de casamento de (queridíssimas, diga-se de passagem) amigas minhas. Nas sete vezes eu gastei uma fortuna com vestido de festa, cabelo e maquiagem, presentes, passagens e viagens (quando o casamento era em outra cidade). Quando os filhos nasceram eu fui a chás de bebês e batizados, mais presentes. Se contabilizarmos, quando é que uma mulher solteira tem a chance de ser prestigiada por suas amigas, e contar com a presença obrigatória delas? Aniversário não vale, pois todos, casados ou solteiros, fazem aniversário! E as amigas casadas dão sempre uma desculpa para não vir às nossas festinhas de solteiras.

E a reclamação que as casadas vão achar mais infame da minha parte, mas é legítima, e baseada em algo que sempre ouço de uma querida amiga (que vai se reconhecer ao ler isto) é: "nunca coloque uma mulher bonita e solteira dentro da sua casa". Como assim? Por acaso as mulheres solteiras são maníacas que vão atacar o seu homem assim que você  for ao banheiro por cinco minutos? Será que o fim da vida das solteiras é perseguir os maridos honestos das amigas? Será, pelo amor de Deus, que seu marido é tão gostoso assim? E por fim das contas, será o seu marido um animal anencéfalo no cio que assim que estiver diante de uma mulher solteira vai esquecer todo o amor e compromisso que tem com você? E por último, será que as mulheres casadas que frequentam sua casa são assim tão mais confiáveis que as solteiras? Cuidado... Você pode estar se enganando sobre quem é o inimigo!

Não espero que com esse desabafo eu dê a entender que estou comparando a vida das mulheres casadas e das mulheres solteiras, numa escala de melhor ou pior. O que eu quero dizer é que sim, vivo uma vida plena como adulta, porém, fiz escolhas diferentes das escolhas feitas pelas casadas. Claro que eu também queria ter encontrado já meu grande amor, claro que eu queria ter uma família minha, um bebê rosado para alimentar, fazer românticas viagens a dois e outros prazeres da vida de casada. Mas desconfio que às vezes, essas mesmas amigas que me criticam morram de saudade da época em que eram solteiras e livres. Assim como elas não desejam os problemas que eu vivo, eu também não desejo nem de longe os problemas que elas vivem.

Acredito que as mulheres casadas e solteiras possam viver em paz, e continuar a amizade que desfrutavam na juventude. E sem se criticarem pelas escolhas que fizeram. Basta entender que cada um vive a vida que escolheu viver.

Sinto muita falta das minhas amigas casadas. Mas não quero ser cobrada por ser a única a responsável por manter nossa amizade. Será que elas poderiam, entre uma mamada e outra se lembrarem de me mandar um e-mail? Prometo que, entre uma reunião ou outra, irei responder...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Errou? Deleta!




Não importa onde a humanidade irá chegar com todos os seus avanços tecnológicos... O mais devastador e fantástico deles será o dia em que o homem inventar o botão “delete” para apagar do passado todos os dias ruins da sua vida, todas as conseqüências ruins desses dias, e ser capaz de voltar nos próprios passos para refazer sua história.


Quem não teve um dia ruim?

Alguns dias ruins são culpa nossa, obviamente... São aqueles dias em que podíamos ter feito algo de bom, mas por algum motivo, agimos como completos idiotas. Falamos o que não devíamos falar. Fizemos o que não devíamos fazer. Amargamos um arrependimento que parece destruir nossa alma, nossa autoestima, nossa reputação. Pode reparar, um idiota se apodera de você sempre que você mais precisa ser a pessoa inteligente e equilibrada que é: o dia de uma entrevista de emprego, o dia de um primeiro encontro importante em que você deseja impressionar alguém... É sempre assim. Aliás, isso já foi mais que conceituado por um tal de Murph...

Mas não paramos por aí... Existem os dias em que fizemos tudo certinho. Empenhamo nos. Mas, por causa de um detalhe, de algo que esquecemos ou por um golpe de sorte, acabamos fudendo tudo, ou fomos fudidos pelo imprevisto. Nesses dias, não adianta ter um anjo da guarda. O acaso, o universo, a lei da física, os signos do zodíaco, os planetas, tudo se alinha com o objetivo de acabar com a gente...

É difícil superar os problemas. Aprender com eles. E ficar mais forte depois. E rir do ser ridículo que existe em todos nós...

Mais fácil e romântico seria mesmo o botão de “delete”.

Muitos embaraços, arrependimentos e transtornos seriam evitados.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dia dos Namorados sem namorado!


Caros leitores!


Vocês sabem como detesto momentos “auto ajuda”. Mas esse dia dos namorados vai ser muito especial para mim, portanto eu não poderia deixar de escrever sobre isso. Se vocês estão se perguntando se apareceu um amor avassalador na minha vida, sinto muito, mas no momento não estou protagonizando nenhuma personagem da Julia Roberts. Esse dia dos namorados vai ser muito especial por que é o primeiro, em muitos anos, que passarei solteira!

Como todos os meus leitores sabem, eu passei a maior parte da minha vida sendo a namorada de alguém, ou seja, são muitos e muitos dias dos namorados em que já vivi muitas situações ternas, apaixonadas, decepcionantes e até mesmo odiosas. Com larga experiência no assunto, posso dizer que já vivi meu quinhão de ilusões amorosas, já desenhei coraçãozinho no papel, já gastei solas de sapato em shopping lotado procurando o presente perfeito, já cozinhei jantar romântico, já fiquei horas em fila de restaurante da moda (e horas e horas e horas), em engarrafamentos para viagens românticas, já fui em pizzaria barata quando estávamos sem grana, já passei o dia dos namorados brigando dentro de um carro debaixo de chuva, já fiz uma viagem de ônibus numa madrugada inteira só para passar um dia com alguém... ufa... ser uma namorada perfeita dá trabalho demais, mesmo que seja um dia no ano.

É por isso que o post de dia dos namorados esse ano vai para as pessoas solteiras. As pessoas que passam o ano tranqüilas e felizes, mas caem em depressão nesse tal de dia 12 de junho.

Na verdade, para nós, preparei um dia dos namorados mais que especial. Esse dia em que você está suspirando por um amor platônico, nesse dia que você vai lembrar-se do seu ex namorado com dor no peito, nesse dia que tudo o que você vai conseguir ver são casaizinhos fingindo-se perfeitos e apaixonados (é, pois é, eu sei que essa fachada existe, mesmo por que já fui assim), eu tenho uma sugestão. Faça como eu, passe o dia com a melhor pessoa que você poderia estar na face da terra – você mesmo!

Afinal, todos sabem como é gostoso curtir ao lado de alguém... Mas cá pra nós, é muito, mas muito bom mesmo ser livre! Simplesmente fazer o que se quiser, na hora que se quiser, sem precisar dar satisfação para ninguém. Passar o dia na cama, de preguiça, sem hora para levantar... Tomar café da manhã demorado, lendo um jornal... Tomar banho com tempo suficiente para esfoliar a pele, hidratar o cabelo, massagear as celulites, sem ter ninguém te esperando, te apressando, reclamando da sua demora.

E se é o ritual do presente que te agrada, vá ao shopping (argh, maratona...) e escolha um presente para você mesmo... Peça para embrulhar bem lindo e entregarem na sua casa. Ou coloque sobre sua mesa e abra no dia dos namorados. Escreva-se uma declaração de amor, onde constem todas as suas qualidades maravilhosas. Ah, mime-se um pouquinho... Você vai esperar a vida inteira por alguém que aprenda seus gostos e desejos? Por que não realizá-los já?

Seja a coisa mais importante da sua vida! Você é uma pessoal legal, bonita, esperta. Você tem sonhos, você tem tanto a viver, apesar de todos os pesares! Pelo menos um dia do ano. Não é muito... Mas já é um excelente começo!



E me desculpem a pegada auto ajuda desse texto. Mas é que eu fico tão romântica no Dia dos Namorados...