segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ah... o amor!

Em Comer, Rezar e Amar, a autora Elizabeth Gilbert conta a história de uma terapeuta, sua amiga, que prestava serviços em regiões onde as pessoas viveram situações extremas como grandes desastres naturais e guerras. É de se esperar que pessoas que passam por esses desastres estejam traumatizadas. Porém, a autora comenta com bom humor que, apesar de terem perdido tudo, de estarem mutiladas e destruídas, essas pessoas discutiam seus relacionamentos amorosos, como se nada fosse tão desastroso quanto um amor fracassado.


A verdade é que as pessoas lutam muito por suas carreiras, seus sonhos, seus objetivos, mas no fundo, no fundo mesmo, o que todo mundo quer é viver um grande amor. O que a grande maioria deseja, não importa o sexo, a religião, a orientação sexual, a idade, é que, após ter construído tudo o que era necessário construir na vida, toda essa tarefa seja coroada com um companheiro (a), alguém para partilhar os lances que vemos em filmes românticos. Alguém para nos acompanhar naquela grande viagem. Alguém para dividir uma taça de vinho junto a uma lareira acesa. Alguém para nos emprestar seus sonhos e seus talentos. Talvez alguém para casar, ter filhos e amenizar a solidão da velhice. Alguém que faça com que nossos dias tenham sentido.

A contradição é que, hoje em dia, a maioria das pessoas que passaram dos 30 anos solteiras, tem dificuldades em se relacionar e encontrar uma companhia legal. Muitos fatores estão aí envolvidos. É claro que nessa idade, as pessoas estão mais exigentes, mais maduras, mais seletivas. Elas buscam um amor mais ponderado e não estão dispostas a abrir mão de muita coisa para que isso aconteça. Já estabeleceram seu estilo de vida e esperam alguém que se encaixe nele, sem precisar fazer muitos ajustes e viverem muitos conflitos.

Mas é aí que todos nós estamos errados. O amor é por definição algo inexplicável, surpreendente e imprevisível. Nem sempre aceita nossas regras e nos trata com rebeldia. E é aí que perdemos grandes oportunidades de vivenciar o tal do amor, em sua faceta mais incrível: a imperfeição. Por que achamos que existe um amor “certinho” para nós?

O amor nem sempre é bem sucedido, e nem sempre vai apresentá-lo para seus pais com orgulho de dizer um título antes do seu nome. O amor pode ser bem chato quanto está de TPM, e muito grosseiro quando está chateado com o trabalho. O amor pode não ser tão fiel quanto gostaríamos, e às vezes pode não resistir à tentação do mundo após uma grande briga. Ah, é, o amor briga. E como briga! O amor não manda flores todo aniversário de namoro ou casamento. O amor pode até morrer de medo do tal casamento. O amor pode ter dificuldade para ter filhos. O amor pode também, viver do outro lado do mundo, e por mais que ele tenha lindos olhos azuis, você vai ter coragem largar a sua carreira, a sua família, os seus amigos, sua língua e sua pátria e de atravessar o Atlântico por ele?

Além disso, desculpe, mas o amor não vai salvar sua vida. Você pode estar perdido, desempregado, frustrado, solitário e deprimido, que o amor não vai resolver nenhum dos seus problemas. Pode viver achando que o que lhe falta é amor, mas nem sempre é isso. Talvez lhe falte auto-estima. Talvez seja o caso de mudar de emprego ou batalhar para um curso de aperfeiçoamento e tentar um emprego melhor. Talvez tudo o que você precise é de terapia... Mas não de amor. Cuidado. O amor tem muitos benefícios, mas não faz milagres em uma vida estragada pelo pessimismo e pela má vontade.

Odeio admitir, mas o ônus do amor é mesmo nos deixar felizes. Mesmo que a gente já seja feliz. É estranho, né... Mas é isso mesmo. O amor é um bônus a mais. Não o tempo inteiro. Mas, às vezes, você teve um dia desgastante, está cansado, já de pijama, rezando para tudo acabar, aí então, você se lembra de alguém, um sorriso, um beijo roubado, uma declaração ao pé do ouvido. E começa a sorrir. Simplesmente.

O amor tem a faculdade de fazer com que uma jornada pareça mais fácil. A gente pensa que é por que tem uma mão para segurar, ou então um ombro para se encostar, e até mesmo pensa que tem outro par de braços para nos carregar. Mas não é nada disso. O bom do amor não é que ele carrega a gente no colo, e sim que ele distrai nosso coração. Dessa forma, distraídos, damos menos importância para nossas dores de cada dia, para nossos problemas. E eles parecem menores. É por isso que os flagelados das guerras nem se lembravam das suas perdas, mas dos seus amores.

É assim com todo amor. Amor de mãe. Amor de amigo. Amor romântico.

O amor é só o amor. O resto é a gente mesmo que faz.

E para finalizar, deixo duas citações para serem pensadas. Lennon disse que tudo o que precisamos é amor. Bom, eu preciso de um pouquinho mais. Mas admito concordar com Machado de Assis quando ele diz:

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar. ...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Beleza é fundamental...



Vejo por aí que a antiga prática de rotular as mulheres com coisas do tipo “mulher pra casar”, “Amélia” e “mulher poderosa” ainda não é coisa do passado. Enquanto alguns politicamente corretos insistem em dizer que mulher tem que ter conteúdo, tem que ser batalhadora, tem que se gostar como é e não ficar neurada com aparência, sabemos, na prática, que ser bonita conforme os padrões vigentes tem sim, a sua glória. Qualquer mulher inteligente sabe como é bom pensar por si própria e que independência traz felicidade... Mas qualquer mulher também sabe que ser bonita e gostosa abre portas. É hipocrisia qualquer opinião que negue esse fato.


Portanto, não adianta dizer que fútil é a ratinha de academia, que faz dieta loucamente e que sonha com próteses de silicone. Por mais perfeita que uma mulher seja, a grande maioria de nós ainda tem algo em seu próprio corpo com o que não está completamente à vontade, mesmo que seja um defeito imaginário, e quer ser desejada e admirada não só pelas suas teses de doutorado. Por mais diplomas que uma mulher tenha, ela ainda vai pirar diante de um sapato incrível na vitrine de um shopping e mesmo sendo super culta, uma mulher ainda vai se sentir insegura quando quiser impressionar um homem por quem esteja interessada. Acho bobagem a gente brigar contra nossas essenciais características femininas.

Desculpem-me as feias, mas desconfio muito da mulher que diz que não tem tempo de passar batom, fazer escova no cabelo ou dar a vida por uma sessão de abdominais. Acho até anti-natural. Gostaria de lembrar que uma das maiores estadistas da história da humanidade tinha uma arma infalível, sua capacidade de seduzir. Sim, estou falando de Cleópatra, a faraó que regeu um dos maiores impérios do mundo, o Egito, e colocou nada menos que dois césares de Roma de quatro. Até mesmo nossa presidenta, Dilma Roussef, precisou de um up na aparência para vir a ser eleita. Meninas, inteligência em uma mulher pode ser uma bênção, mas beleza é nossa fonte natural de sucesso. Nunca descuidem da sua!

O que eu quero dizer? Muito simples! Que não existe a Amélia, nem a Mulher Maravilha! Não mais! As mulheres de hoje podem se dar ao luxo de serem muitas ao mesmo tempo, dependendo do seu humor. Podemos ser mimadas, futeis, intelectuais, moderninhas... Uma a cada dia da semana... Qual de nós nunca acordou com uma vontade louca de fazer mil compras, trocar o esmalte, maquiar até o útero! E qual de nós nunca deixou de ir para a balada para fazer jantarzinho para o namorado, por mais super profissional que seja?

Chega de rótulos. Chega de padrões. A novidade é que as mulheres não precisam mais queimar sutiã na praça para serem ouvidas, muito menos despir dos seus ícones de feminilidade. Nem precisamos nos brutalizar e parecer mais fortes do que somos, nem menos mulheres.

Vamos à luta sim. Armadas e muito bem preparadas. E não importa onde vamos chegar. Chegaremos lindas!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Futebol para Mulheres - De olho na temporada


Muitas mulheres não gostam de Futebol e não acompanham seus companheiros nessa delicada paixão por pura... ignorância! Na verdade, futebol é o esporte mais divertido que existe, mesmo por que há por trás do esporte em si toda uma rica cultura de paixões e rivalidades intolerada injustamente por muitas de nós.


A verdade é que o Brasil não só é o país do futebol, como também o país do machismo... Grandes mulheres nos provam que isso felizmente é coisa do passado, graças a Deus. Depois da Marta (a melhor jogadora do mundo eleita pela FIFA um bilhão de vezes seguidas) da Patrícia Amorim (primeira mulher a assumir a presidência do maior e mais popular time de futebol do Brasil, o Flamengo), Silvia Regina de Oliveira (a primeira árbitra a apitar jogos no Brasil e que hoje é diretora escola de árbitros paulista), o futebol definitivamente é sim, coisa de mulher.

Então, vão aqui algumas informações para as meninas que torcem o nariz para o futebol apreciarem mais o esporte, entenderem e curtirem ao lado dos seus namorados, maridos, amigos, pais e irmãos essa grande paixão.

Nota básica Importante: Você não escolhe o time para o qual vai torcer. Isso geralmente está no seu sangue. É uma coisa irracional mesmo, que remonta sua infância. Uma vez que você torce por um time, você deve ser fiel a ele até a morte. Você pode trocar de marido, de profissão, de emprego, de cor de cabelo, de sexo, mas nunca, nunca trocar de time. Isso é uma heresia futebolística punida com a morte.

Para começar o curso, vamos acompanhar as principais competições que rolam por aqui:

Após as férias de Janeiro, no Brasil, começam os campeonatos estaduais. Cada estado brasileiro elege o seu melhor time. O regional é um bom período para os clubes testarem novos jogadores, árbitros, a sintonia do time, esquemas táticos etc. Nessa época também geralmente acontecem as disputas da Copa do Brasil e A Taça Libertadores da América.

- Copa do Brasil: É o segundão na escala de importância dos campeonatos nacionais. É uma disputa tipo mata-mata. Cada time joga duas vezes com o adversário de sua chave. Fica na disputa quem fizer mais gols na casa do adversário e levar menos gols em casa.

- Taça Libertadores da América: É um importante campeonato interclubes da América do Sul, e recentemente também aceita times do México. O vencedor conquista uma vaga para um Torneio Mundial. Uma curiosidade é que o título da competição é uma homenagem a grandes líderes sul americanos como: Dom Pedro I, Jose de San Martín, Simon Bolívar, entre outros.

Lá para o mês de maio começa o...

Campeonato Brasileiro (mais conhecido por Brasileirão). É uma disputa interclubes por pontos corridos e a mais importante do futebol brasileiro. Cada vitória vale 3 pontos, empate 1 ponto e derrota não pontua. Ganha fechar a temporada com mais pontos.

- Copa Sul-americana: É um campeonato que cresceu aos olhos brasileiros, pois agora vale uma vaga para a Taça Libertadores da América. É como se fosse a Copa do Brasil, mas é uma disputada por vários times da América do Sul. Acontece geralmente no segundo semestre do ano.

(Opinião da Fernanda: para mim, o campeão Brasileiro deveria merecer uma vaga no Mundial. É um campeonato de qualidade técnica muito superior à Taça Libertadores da América, pois é disputado por times de elite brasileiros. E vamos combinar que o Brasil tem o melhor futebol do mundo!)

Vou ficar por aqui com o Futebol para Mulheres.

No próximo post sobre o tema, vou falar um pouco sobre as regras do futebol, ou seja, que raio é o tal de impedimento? O que é esquema tático? Quem afinal são os volantes, os pivôs, os zagueiros, os centro-avantes? Quem o árbitro pensa que é e para quê ele serve? E por que todo mundo xinga tanto a mãe desse cara?

Não perca!



Conceito básico da rodada: “fazer cera” – na linguagem do futebol, fazer cera significa fingir uma contusão e ficar rolando no campo, demorar para devolver a bola para o jogo, cobrar uma falta demoradamente, tudo para gastar o tempo do jogo quando o resultado está sendo benéfico para o time. Nem sempre sai impune. Fazer cera pode render ao jogador um cartão amarelo.

sábado, 7 de maio de 2011

Para minha mãe



(e para todas as mães que são as melhores mães do mundo)

Por que é que as coisas mais importantes nunca são ditas literalmente? Não, elas ficam em algum lugar entre a suspeita e alguns gestos, que falam tudo, mas sempre deixam uma lacuna. Por que eu sempre deixo para dizer que amo você e que a admiro muito nas ocasiões especiais, nunca diariamente, como seria justo e correto? Por que você me ensinou a ser assim. A poupar meus sentimentos para as horas mais apropriadas, como se eles pudessem gastar se fossem usados indevidamente. Assim como eu deveria guardar meu melhor vestido para a melhor festa. Nada mais improvável de se gastar com o uso do que o amor que existe entre nós.

Por mais que eu tenha chorado e jurado que não ia seguir seus passos, vejo muito de você em mim mesma. Parece que a gente não pode mesmo fugir de quem é, e uma mulher é sua mãe, sua avó e todas as mulheres que a precederam. Minha recusa em perder uma discussão e a questão que eu faço de ter sempre a última palavra. A minha força em me manter firme e inabalável mesmo diante do maior desafio. A teimosia (que você tanto tentou repreender quando eu era criança). A secura e a quase arrogância. Um par de joelhos ossudo e veias muito marcadas nos antebraços. Ficar horas perdida na leitura de um livro. Coisas suas impressas em mim, como um controle de qualidade, um selo de proveniência. Só não consigo aprender a cozinhar. Não com a sua perfeição.

Mas algumas coisas eu não sei, eu não consigo sozinha. Por menos que você possa solucionar minha vida, dá uma segurança imensa saber que posso chorar no seu colo, ou que vou ter uma sopinha quente quando ficar doente. Coisas de mãe que tem o condão de colocar a gente num prumo.

E as lições. Não aquelas que você quis me ensinar, mas as que você me ensinou sem querer. Essas que aprendi olhando para você e observando seu comportamento. Obrigada por me ensinar essas lições. Um amor sem limites estava oculto nelas, pois você também nunca foi de declarações explícitas. Eu disse oculto? Injustiça. O amor está explicito em cada prato que você cozinha, no seu desvelo em vasculhar a minha vida para saber do meu bem estar, nas críticas e nas proibições, nas cobranças e até nas vezes que a odiei. Somente um amor assim é capaz de transcender um peito revestido contra intempéries e acostumado à sofrimentos guardados, dores muito profundas. Na superfície você brilha, com humor, risadas altas, longos discursos e até certa ingenuidade.

Ah, meu reconhecimento, sim, vai todo, inteiro, para essa mulher com nome de rainha, que quer dizer “consagrada por Deus”, Elizabeth. Se Deus existe, ele criou as mães. E esse foi seu maior feito.