domingo, 26 de julho de 2009

Um Gigante!





Meu cunhado acha que estou ficando fanática por futebol...



É que ele não é Atleticano, logo não pode compreender a diferença entre um torcedor comum e um torcedor Atleticano, muito menos um Cruzeirense....






O que ele chama de fanatismo é apenas natural e corriqueiro para nós, que amamos incondicionalmente essa camisa alvinegra, esse time glorioso e essa torcida apaixonada. Isso para nós é dia-a-dia, é trivial... assim como cancelar todos os compromissos para se plantar na frente da televisão em dia de jogo do Galo, ou ir ao Mineirão torcer e cantar com a imensurável massa, gritando o nome dos nossos ídolos... Hoje, Tardelli, Aranha, Junior, mas como foram tantos outros no passado como Euler, filho do vento, ou Guilherme (por onda anda?), Marques, ou Danilinho, ou Tafarell, ou das antigas, como Dadá Maravilha, Reinaldo, Cerezo, Éder Aleixo, Kafunga...






Eu sou atleticana de sangue puro mesmo, por que atleticano já nasce atleticano né... Mas sendo a terceira (ou seria quarta?) geração de atleticanos de pai e mãe, era impossível que eu fosse desviada... Ainda bem, que quando eu era pequenininha, me puseram logo uma camisa do Galo e me ensinaram a cantar o Hino mais lindo do Brasil ( seguido pelo hino do Grêmio que é belíssimo e do Flamengo, time que não simpatizo tanto, mas tem seus méritos, principalmente por ter uma torcida tão bonita e apaixonada)... Me ensinaram? Acho que já nasci sabendo, cantando, assim como já nasci primeira campeã brasileira, título que não se compara a nenhum outro que qualquer time venha a conquistar, por que foi o primeiro e o mais glorioso!






Assim como gloriosa foi a primeira vez que pisei no Mineirão, o estádio Governador Magalhães Pinto, o Gigante da Pampulha, é um dos maiores do mundo e do Brasil... Fazendo sombra sobre a Lagoa da Pampulha, está situado numa das regiões mais aprazíveis da cidade, e sempre foi palco de grandes batalhas, lindas festas e comemorações!






Eu devia ter cinco, seis anos? Algo assim, e era uma terça, ou quarta, não sei bem... Excursão da escola para o Zooloógico, e a turminha de pirralhos estava alvoroçada há dias para o passeio. Uniformes limpinhos, lanches na lancheira (ou merendeira, como dizíamos na época), somos barrados na porta do Zoo: era dia de manutenção e nossa entrada não foi permitida. A choradeira foi tão grande que as monitoras da escola tiveram que pensar rápido, e chegaram à brilhante idéia de mudar o roteiro: fomos conhecer o Mineirão!






Entramos pelo hall principal, e conhecemos as galerias históricas, que contam a história do estádio. Creio que aqueles troféus todos não interessaram muita à criançada, que queria pisar logo no gramado. Rápida passagem pelos vestiários e somos conduzidos às escadarias de acesso ao gramado. Enquanto subíamos, vislumbrávamos a abóbada da arquibancada gigante, e o gramado surgiu verde esmeralda diante de nós. A sensação foi de deslumbramento, nunca eu podia imaginar que havia um lugar tão "grande" no mundo!!!






Imediatamente surgiram bolas dente de leite, e brincamos no gamado fofo a tarde inteira! Foi uma festa! Todo mundo jogando bola, discutindo quem era o quê, entre pequenos atleticanos, cruzeirenses e americanos ( naquela época ainda havia alguns) e surgiu até um projeto de vascaíno que foi obliterado pela turminha.






Nunca alguns leões, macacos e elefantes ficaram tão sem importância perto de galos, raposas e coelhos!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Ei! Ei! Lembra de mim???



- Fernanda Fiuza!


Pronto! Quando ouço isso num lugar público sinto um friozinho no estômago, o prenúncio de um constrangimento: por que sei que estou sendo abordada por alguém que me conhece (nome e sobrenome) e eu não tenho a mínima idéia de quem seja!


Geralmente é algum colega dos tempos da escola, quando eu tinha seis anos, que tem aquela memória de adolescente e não sei por que comete a deselegância de se lembrar da época em que eu era uma menina cabeçuda e magricela no colégio. Aliás, mudei viu? Não sei por que as pessoas me reconhecem...


Não foi diferente outro dia no shopping, eu correndo com um embrulho do Mc donald´s na mão e um copo de suco de laranja na outra, atrasada para o trabalho, sabendo que nada podia ser pior que encontrar um conhecido pra me embananar... Mas ouvi a exclamação enfática, nome e sobrenome, e quando estaco com um sorriso amarelo, não me lembro, absolutamente, da pessoa que me interpela.


- Ah... Aposto que ela não se lembra de mim! Diz a moça, assim, como se estivesse falando com uma terceira pessoa.


Abro os braços e a encaixo, preocupada em esperdiçar meu suco de laranja na blusa alvíssima dela.


- Nossa, mas você está maravilhosa!


Ixi... Sou péssima com elogios. Não sei como reagir... Ainda mais vindo de alguém que poderia estar pensando coisas como: puta que pariu, você já foi pior! Além de ser mega constrangedor receber um elogio que não podemos retribuir...


O papo fica naqueAdicionar imagemla... E aí como vai a vida? Tem 25 anos que nao a vejo, mas que importa, vamos resumir tudo em três fatos fundamentais: Você se formou? Se casou? Tem filhos? Pronto, respondo sim, não, não e minha vida está resumida em uma afirmação e duas negativas. Aí por maldade rebato as perguntas, e como que para me humilhar, ela exibe uma aliança dourada na mão direita: "Noiva! Finalmente vou desencalhar"...


Olho para ela com a mesma possibilidade de sentir inveja de alguém que diz: vou desencravar as unhas do pé, dou os parabéns e trocamos telefones. Ela anota o meu, aliás, como se fosse me ligar algum dia...


E tenho permissão para continuar em frente, correr para o trabalho, correr, correr, correr, não sem a sensaçãozinha de orgulho de ter conseguido levar uma conversa perfeitamente polida e social com alguém que eu até hoje não consigo me lembrar o nome...


Mas não é mais constrangedor do que encontrar uma ex colega de faculdade (gente, mal tem 5 anos que nos formamos, aliás na mesma turma), e a figura me olhar como se eu fosse um etê ou coisa pior! Visualizar a sensação de pânico no rosto da pessoa, tentando desesperadamente pensar se aquilo é um assalto, uma pegadinha da tevê ou se ela está mesmo sofrendo de Alzheimer...


Coisas da vida...


terça-feira, 7 de julho de 2009

A Insustentável Leveza do Ser

Quando li esse livro de Milan KUndera pela primeira vez não entendi muita coisa. O que uma adolescente de 14 anos, metida a ler grandes obras literárias pode saber sobre a profundidade do amor, da diversidade dos relacionamentos, da leveza e do peso da vida?

Ah, mas quando fui ler muitos anos depois, me apaixonei por cada um dos personagens, que são tão profundamente destrinchados, e pela constante saída da história para belos diálogos filosóficos, pois foi por causa de Milan Kundera que fiquei interessada por Nietzche e mais ainda por Sartre, de quem já havia lido alguns ensaios graças a minha adorada Simone de Beuvoair (lógico, uma feminista tinha que fazer o caminho contrário...)

Thomas. Primeio a gente odeia a forma descompromissada como ele se relaciona com as mulheres e o valor exagerado que ele dá à liberdade e às suas (muitas) experiências sexuais. Depois percebe-se que o amor dele por Teresa o aprisiona, o despoja de quem ele é, e suas infidelidades são quase uma vingança, ainda que o castigue ainda mais a culpa...

Teresa. As reviravoltas dessa história são sublimes. A moça sensível, sonhadora, que entrega sua vida nas mãos de um desconhecido, e que, apaixonada, suporta estoicamente sua infidelidade... A vítima? Ou a algoz do homem que ama?

Já li muitas vezes, e cada vez que leio descubro algo novo... E da última vez fiquei realmente impressionada com a comparação do amor com a compaixão. Amar nada mais seria que sentir compaixão por outro ser? A necessidade de proteger, a quase dor com o sofrimento alheio, a incapacidade de abandonar alguém à deriva? Além disso, o amor é sempre o tema, que em sua persistente imperfeição faz com que eu me identifique tanto...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Amigos






Essa tal de internet é retada mesmo...

Atravéz dela fiz bons amigos, e é com muito carinho vou divulgar os belos e singelos escritos de um dos meus amigos virtuais, Lelo Dias, um baiano sonhador que hoje está sonhando lá pros lados de Portugal, saudoso da filhinha de cinco anos que deixou em Conceição da Barra...

Pelo jeito não é so pela filhinha que ele anda suspirando.

Quando eu aprender a postar com som, posto a voz baiana e aveludada do Lelo cantando e dedilhando seu violão poderoso... Hoje vai só a letra.

Com sua licença, Mr. Lelo:



Ah Morena... por que foi me deixar...?

Ah Morena má

Você fingiu me amar?


Pequena

Seu seio atrevido

Sua queixa em meu ouvido

E o barulho do mar


Ah tristeza

Saudade

Espera

Demora que mora

no peito de quem partiu


Ah menina

manhosa

maldosa

ta cheia de prosa

achando que já me feriu


Mas você nem sabe

Meu jeito de amar é aquele

que vive, que dura, que vence, que vai

que não esquece jamais


Ah Morena

Morena

Morena...