Quando li O caçador de Pipas, fiquei realmente encantada. Achei difícil que o escritor afegão Khaled Hosseini pudesse se superar tão rapidamente... Até ler A cidade do Sol e perceber que andava subestimando demais os escritores estreantes... O segundo livro dele é muito mais que encantador, é absolutamente esplêndido.
Como já evidencia seu título original (e eu lamento que os tradutores roubem a essência das histórias com traduções levianas), A Thousand Esplendid Suns, ao pé da letra seria: Milhares de Esplêndidos Sóis. Menos comercial, diria minha amiga Dani, produtora editorial. Mas muito, muito mais verdadeiro.
A história gira em torno da vida de duas mulheres afegãs, muçulmanas, completamente diferentes, que o destino une de uma forma surpreendente, pelo menos para nós, mulheres ocidentais, livres, profissionais, com direitos muito mais amplos. E conta, de uma forma sensível e humana, o sofrimento quase claustrofóbico por que elas passam e como esse sofrimento as aproxima num amor sem limites.
O ponto de vista e o universo feminino estão sempre presentes nesta história, e faz com que, mesmo em realidades tão diferentes, possamos nos identificar com as características de Mariam e Layla: mulheres, esposas, amantes, filhas, mães... A dor, o amor, a delicadeza, a sublime capacidade de resignação, a fé a força inabaláveis, o sacrifício, não é essa a história, o papel e a vida de nós mulheres, desde que o mundo é mundo? As cuidadoras do universo. As mantenedoras da vida.
Antes de tudo, o romance de Hosseini é uma celebração da condição feminina. E depois é a crítica do declínio de uma cultura rica pelas guerras, pela intolerância, pela invasão comunista, pela dominação Talibã (note a passagem que fala dos Budas de Bamyian).
Entrou com mérito para o Hall dos meus dez livros preferidos.
Um comentário:
Nem li ainda o que você me deuuuu!!
Mas me deu mais vontade ainda depois de ler seu post!
bjos!
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