Meu cunhado acha que estou ficando fanática por futebol...
É que ele não é Atleticano, logo não pode compreender a diferença entre um torcedor comum e um torcedor Atleticano, muito menos um Cruzeirense....
O que ele chama de fanatismo é apenas natural e corriqueiro para nós, que amamos incondicionalmente essa camisa alvinegra, esse time glorioso e essa torcida apaixonada. Isso para nós é dia-a-dia, é trivial... assim como cancelar todos os compromissos para se plantar na frente da televisão em dia de jogo do Galo, ou ir ao Mineirão torcer e cantar com a imensurável massa, gritando o nome dos nossos ídolos... Hoje, Tardelli, Aranha, Junior, mas como foram tantos outros no passado como Euler, filho do vento, ou Guilherme (por onda anda?), Marques, ou Danilinho, ou Tafarell, ou das antigas, como Dadá Maravilha, Reinaldo, Cerezo, Éder Aleixo, Kafunga...
Eu sou atleticana de sangue puro mesmo, por que atleticano já nasce atleticano né... Mas sendo a terceira (ou seria quarta?) geração de atleticanos de pai e mãe, era impossível que eu fosse desviada... Ainda bem, que quando eu era pequenininha, me puseram logo uma camisa do Galo e me ensinaram a cantar o Hino mais lindo do Brasil ( seguido pelo hino do Grêmio que é belíssimo e do Flamengo, time que não simpatizo tanto, mas tem seus méritos, principalmente por ter uma torcida tão bonita e apaixonada)... Me ensinaram? Acho que já nasci sabendo, cantando, assim como já nasci primeira campeã brasileira, título que não se compara a nenhum outro que qualquer time venha a conquistar, por que foi o primeiro e o mais glorioso!
Assim como gloriosa foi a primeira vez que pisei no Mineirão, o estádio Governador Magalhães Pinto, o Gigante da Pampulha, é um dos maiores do mundo e do Brasil... Fazendo sombra sobre a Lagoa da Pampulha, está situado numa das regiões mais aprazíveis da cidade, e sempre foi palco de grandes batalhas, lindas festas e comemorações!
Eu devia ter cinco, seis anos? Algo assim, e era uma terça, ou quarta, não sei bem... Excursão da escola para o Zooloógico, e a turminha de pirralhos estava alvoroçada há dias para o passeio. Uniformes limpinhos, lanches na lancheira (ou merendeira, como dizíamos na época), somos barrados na porta do Zoo: era dia de manutenção e nossa entrada não foi permitida. A choradeira foi tão grande que as monitoras da escola tiveram que pensar rápido, e chegaram à brilhante idéia de mudar o roteiro: fomos conhecer o Mineirão!
Entramos pelo hall principal, e conhecemos as galerias históricas, que contam a história do estádio. Creio que aqueles troféus todos não interessaram muita à criançada, que queria pisar logo no gramado. Rápida passagem pelos vestiários e somos conduzidos às escadarias de acesso ao gramado. Enquanto subíamos, vislumbrávamos a abóbada da arquibancada gigante, e o gramado surgiu verde esmeralda diante de nós. A sensação foi de deslumbramento, nunca eu podia imaginar que havia um lugar tão "grande" no mundo!!!
Imediatamente surgiram bolas dente de leite, e brincamos no gamado fofo a tarde inteira! Foi uma festa! Todo mundo jogando bola, discutindo quem era o quê, entre pequenos atleticanos, cruzeirenses e americanos ( naquela época ainda havia alguns) e surgiu até um projeto de vascaíno que foi obliterado pela turminha.
Nunca alguns leões, macacos e elefantes ficaram tão sem importância perto de galos, raposas e coelhos!
3 comentários:
Rafaela releva o comentário desonroso ao time de maior torcida em Minas Gerais, detentora não só de, pelo menos, 90% daqueles troféus da galeria histórica do hall do Mineirão e do recorde de público da história do mesmo estádio, para seguir, amigavelmente, este comentário.
O Guilherme, ídolo do atlético, está fazendo estágio de treinador, no Cruzeiro, tendo o Adilson Batista como uma espécie de supervisor. Ele foi, por um tempo, auxiliar técnico do Marília. Provavelmente deve ter sido inocentado da acusação de homicídio culposo (dava até dó ouvir a torcida do Corinthians cantar "Guilherme, seu pipoqueiro! Cachaceiro, assassino e maconheiro!")
Sobre o post. O Mineirão não é mais o mesmo. Lembro quando eu ia aos jogos do Cruzeiro, na metade da década de 1990, com 100,110 mil pessoas. Tinha mais brigas e arrastões, é verdade. Mas não tinha confusão com venda de ingressos e nem filas burras na porta do estádio. As bandeiras não eram proibidas e faziam um espetáculo à parte nas arquibancadas.
Bons tempos aqueles que só iam ao estádio os torcedores "de verdade". Não existia esse tanto de Maria Chuteiras, ou "Fabioletes", como são chamadas as piriguetes da torcida do Cruzeiro. E melhor, ninguém ia ao estádio cornetar jogador.
Tenho (MUITO) medo dessa reforma do Mineirão diminuir, ainda mais, a capacidade. Daqui a pouco, o Mineirão vai ficar tão pequeno que a "china azul" e a "massa atleticana" vão ter que caber no fusquinha da torcida americana.
Cara Rafaela, não houve comentário desonroso sobre o Cruzeiro... Se você é uma cruzeirense apaixonada sabe que essa rivalidade é um dos temperos do futebol mineiro... Obrigada pelas notícias sobre o Guilherme, é bom saber que ele achou um lugar ao sol depois das pedras em seu caminho...
Acho que está mais seguro e mais agradável ir torcer hoje em dia, mesmo com as confusões das filas, sou a favor da paz nos estádios, e há um tempo atrás era inviável a presença de famílias inteiras curtindo seu jogo...E encaro as reformas no Mineirão com otimismo...
Abraços!
Postar um comentário