Quando li esse livro de Milan KUndera pela primeira vez não entendi muita coisa. O que uma adolescente de 14 anos, metida a ler grandes obras literárias pode saber sobre a profundidade do amor, da diversidade dos relacionamentos, da leveza e do peso da vida?
Ah, mas quando fui ler muitos anos depois, me apaixonei por cada um dos personagens, que são tão profundamente destrinchados, e pela constante saída da história para belos diálogos filosóficos, pois foi por causa de Milan Kundera que fiquei interessada por Nietzche e mais ainda por Sartre, de quem já havia lido alguns ensaios graças a minha adorada Simone de Beuvoair (lógico, uma feminista tinha que fazer o caminho contrário...)
Thomas. Primeio a gente odeia a forma descompromissada como ele se relaciona com as mulheres e o valor exagerado que ele dá à liberdade e às suas (muitas) experiências sexuais. Depois percebe-se que o amor dele por Teresa o aprisiona, o despoja de quem ele é, e suas infidelidades são quase uma vingança, ainda que o castigue ainda mais a culpa...
Teresa. As reviravoltas dessa história são sublimes. A moça sensível, sonhadora, que entrega sua vida nas mãos de um desconhecido, e que, apaixonada, suporta estoicamente sua infidelidade... A vítima? Ou a algoz do homem que ama?
Já li muitas vezes, e cada vez que leio descubro algo novo... E da última vez fiquei realmente impressionada com a comparação do amor com a compaixão. Amar nada mais seria que sentir compaixão por outro ser? A necessidade de proteger, a quase dor com o sofrimento alheio, a incapacidade de abandonar alguém à deriva? Além disso, o amor é sempre o tema, que em sua persistente imperfeição faz com que eu me identifique tanto...
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