segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Em 2012: Fé na Vida!

Crescer é uma forma desastrosa e compulsória de abrir mão de quem somos para nos tornar o que devemos ser. É um processo pelo qual todo ser humano passa, em maior ou menor grau, e olhar para trás, para a alegria e inocência da juventude, para a inconsequência e despreocupação que vivemos um dia, sempre causa a sensação de nostalgia que nos faz questionar se vale (ou valeu) a pena nos transformar tanto.

Uma das maiores perdas do amadurecimento é a forma de encarar o amor, a amizade e todas as coisas que realmente importam na vida, as coisas que nos fazem testar nossa têmpera e nosso caráter. Todas as vezes que falhamos com as pessoas foi mesmo tentando acertar? Quais impulsos egoístas podíamos ter evitado? O que dos nossos erros realmente nos tornou pessoas melhores?

Nem sempre encaramos as decepções e o sofrimento como ritos de passagem para um estágio mais evoluído, mas são eles que nos ensinam a crescer. A experiência da vida se resume a nossa maneira de lidar com as pessoas, em todos os níveis. O desenvolvimento profissional só é possível quando aprendemos essas lições. A vitória pessoal também passa por esse conhecimento. A arte do lidar, de negociar, de convencer, de sentir prazer ou dor, tudo isso é meramente como estamos enxergando o outro e como estamos convivendo. Mas infelizmente, ao aprender pelo sofrimento, além de nos tornarmos mais fortes, nos tornamos mais amargos. É preciso mesmo?

Outra grande perda é a nossa capacidade de acreditar. Eu digo, confiar é um talento para poucos, numa realidade em que tudo nos leva a perder a fé. A fé nas pessoas que se mostram tão imperfeitas, a fé no bem que sempre deveria vencer o mal, a certeza de que dias melhores virão. Nossa fé vai sofrendo danos progressivos, e de pouco em pouco é substituída por uma ironia tipicamente adulta, aquele sorriso amarelo diante das falhas dos outros, como se já contássemos com o desfecho negativo das situações. Crescer é passar a contar com o fracasso com mais certeza do que a vitória.

No filme Uma Linda Mulher, Vivian, uma mulher inteligente e encantadora vive um romance impossível com um homem rico, desacreditado dos relacionamentos. Para ambos, a única forma de sair ileso de uma aproximação com o outro é o distanciamento dos sentimentos. Ela é uma prostituta, com muitos outros talentos que poderiam ter feito dela uma vencedora. E quando Edward questiona isso, ela diz: “As pessoas nos dizem que você não é capaz, e você acredita”. “Eu digo que você é muito capaz”, ele rebate. “Você já notou? É mais fácil acreditar nas coisas ruins.”

Vivian estava certa. É mais fácil acreditar nas coisas ruins, a lógica da vida está em esperar pelo pior. E o pior é algo que vem, independente se esperamos ou não.

Por que então, devemos viver esperando por algo que já está garantido? Por que não mudamos nossa postura, e resgatamos a nossa juvenil fé na vida, no sucesso, no amor, na alegria dos sentimentos verdadeiros? Por que não arriscamos uma decepção ao contrário? Por que não passamos a contar com os sucessos e quem sabe, assim, quando eles vierem, a surpresa seja boa?

É nostálgico, eu sei, é inocente, é quase infantil desafiar você a ter fé na vida. Em você mesmo. Em suas melhores qualidades, ou seja, aquelas que lhes couberam genuinamente, não as que você desenvolveu durante anos para se tornar um adulto responsável e garantir o seu sustento.

Mas é preciso. Desculpe, é imperativo!

Que em 2012, você possa descobrir que ter fé é uma questão de treino. Treine seu olhar para as belezas, para as coisas boas que cruzarão seu caminho. A gente é capaz de ter um ano bom ou ruim. É só uma questão de perspectiva.

4 comentários:

Danielle Luciano disse...

Nanda, a você, um 2012 repleto de coisas boas e mais inúmeros motivos de inspiração para que você continue nos presenteando com excelentes textos. Te adoro! bjos!!

Fernanda Fiuza disse...

Cade o botão de curtir o comentário? rsrsrs

Fabio Drumond disse...

Desejo um 2012 repleto de muita saúde, paz e sucesso pra você mocinha! Ter te conhecido foi uma das minhas maiores sortes nessa vida! Você é muito especial! Beijão! Fábio C. Drumond.

disse...

Juliette escreve só para constar que você está entre a minha lista de recomendações blogueiras!