Um amigo meu acabou de conhecer uma pessoa incrível. Foi numas férias no litoral. Segundo ele, sete dias ao lado de uma garota como ele nunca havia conhecido antes. Uma pessoa totalmente arrebatadora, responsável, independente e charmosa. Obviamente, ele ficou muito encantado e a coisa fluiu magicamente. Ao voltarem de férias descobriram que eram praticamente vizinhos e o romance engrenou de verdade. Até, é claro, ele perceber que estava muito envolvido e resolver “dar um tempo”. Ele queria fazer mais viagens, sair sem compromisso com outras mulheres, passar noitadas em baladas até se amarrar a alguém seriamente, pois vinha de um namoro problemático, de alguns anos.
Uma semana depois do “dar um tempo”, ele esbarra com a moça num restaurante, na companhia de um rapaz simpático. Pois é, ele ficou arrasado! Será que ele achou que essa moça incrível ia ficar disponível a vida inteira, até que ele pudesse cair na real e perceber que tinha algo valioso nas mãos? Não, né...
Como meu amigo, muitas pessoas “deixam de viver”. Elas abrem mão de relacionamentos promissores para “curtir a vida”, e decidem quando é hora de se entregar e quando é hora de viver prazeres momentâneos, como se pudéssemos planejar cada movimento da vida, como se tivéssemos controle sobre o acaso.
Muitas vezes ouvi dizerem a frase: a pessoa certa na hora errada. Confesso que acho isso a maior babaquice. A pessoa certa não tem hora marcada para aparecer. A gente é que decide a hora de viver, como e quando. E relacionamentos são como oportunidades de emprego, ou oportunidades de investimentos. Nem sempre aparecem quando estamos preparados para eles. Quantas vezes nos se apresenta um investimento que não temos como bancar, e se tivéssemos, o lucro seria certo? Lamentamos. Ou então, vamos correr por um empréstimo. Pois oportunidades devem ser agarradas quando aparecem, ou elas podem não aparecer mais.
Com as pessoas é a mesma coisa. Quando deixamos de viver aquilo que a vida colocou no nosso caminho por medo, por achar que “não é a hora certa” ou com a pretensão de “curtir a vida”, estamos arriscando a chance de uma felicidade que pode nunca mais vir. Quando o coração dispara por alguém, é o nosso organismo nos avisando: essa pessoa vale a pena, essa pessoa é especial. Infelizmente, na hora, não vislumbramos o risco que estamos correndo. O arrependimento só vem tempos depois, quando é tarde demais.
Afinal, curtir a vida é algo que pode ser feito ao lado de alguém que amamos. Aliás, nesses casos, a curtição é bem melhor, ou maior. Diferente, mas também satisfatória. O que não vale é deixar de viver. Nenhuma curtição vale adiar as nossas vidas, que como sabemos, são curtas.
Ah, o conselho que dei a meu amigo? Paciência, irmão! A gente tem que saber perder quando não foi competente o suficiente para ganhar...
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