Hoje fui à minha consulta periódica à Ginecologista.
O consultório fica numa movimentada maternidade. Sento para esperar atendimento e vejo o trânsito de mulheres grávidas de ventre empinado, que vêm para o pré-natal, ou de mala e cuia, para submeter-se ao parto. Vejo papais ansiosos empunhando buquês de flores e ao celular dando notícias aos familiares do recente nascimento. Vejo famílias se retirando com um novo membro, enroladinho nas mantas bordadas.
A minha frente um grande monitor exibe imagens de enfermeiras dando o primeiro banho em criaturinhas recém-nascidas. Elas fazem com muita rapidez e destreza, quase com pouco caso, parece que os bebezinhos estão assustados... Mas não sei o que acontece no coração da gente quando vê um neném... É impossível não sorrir, não se enternecer...
A médica me chama, hora de deitar na mesa, usando aquela camisolinha ridícula e com as pernas abertas... Minha médica é competente e divertida, alguém em quem confio muito e que cuida de mim há anos... De repente ela solta:
- Fernanda, você está com trinta anos já... Nossa, sua primeira consulta comigo foi há quase dez anos...
Fico rindo, pensando naquilo... realmente, o tempo passa...
- Então, já está pensando em ter filhos? Por que o ideal é que seja uma gravidez planejada... Gostaria que, quando você se decidir, viesse, fizesse alguns exames e...
Opa, opa, opa!
Eu não estou pensando em ter filhos... Quer dizer, eu nunca pensei seriamente no assunto, apesar do relógio biológico ter dado seu primeiro sinal! E saio do consultório médico com aquela sensação de que vou ter que tomar uma decisão importante na minha vida, mais cedo ou mais tarde, e o melhor é que seja mais cedo, pois uma hora vai ser tarde demais...
Não sou o tipo de mulher que acha que a função máxima feminina é procriar, e que uma mulher não está completa se não tem filhos... Não podemos minimizar a existência feminina na única tarefa de ter filhos, pois isso qualquer animal faz, e creio que o Ser Mulher é algo muito mais profundo e abrangente... Qualquer mulher pode engravidar, mas ser mãe é algo que requer qualidades especiais, preparação, é algo que não nascemos todas para ser, apesar do pensamento geral de que seja...
Fico pensando em tudo o que uma mãe passa desde o momento que concebe até o fim da vida, com um filho... É um estado permanente de sofrimento, preocupação, cuidado, amor... o tal do amor sublime, que faz uma mulher capaz de qualquer coisa para defender um filho... Será isso amor, instinto, ou será algo mais, que só as mãe possuem, que as faz ter intuição para pressentir problemas, que faz com que tenham poderes sobre humanos de resistir à dor, ao sono, à fadiga, que faz com que uma mulher tenha sabedoria para aconselhar, mesmo sendo analfabeta...
Não sei se terei esses super poderes um dia... Mas talvez, assim como aprendemos tudo na vida, ser mãe seja um aprendizado que começa no momento da concepção... E que afinal as mulheres não nasçam para serem mães, mas elas se tornem, assim que o desejem, assim que sentem mover-se no ventre o fruto de seu sangue, ou assim que recebem nos braços um bebê desprotegido...
2 comentários:
Oi amiga...saudades de ti!!
Adorei o post. Fico imaginando você mãe...rsrs!Seria uma mãe dessas descoladas, vai ser bacana demais! Eu tenho esse sentimento. Morro de vontade de ter o meu bebê, pequenino e indefeso em meus braços! Ele vai ser a criaturinha mais amada do mundo!huummm sinto até o cheirinho!
Aliás, em off vc me passa o tel e endereço de sua médica? Tava querendo trocar de médico. De preferencia por uma que alguém conheça, ninguém melhor que você!
Beijos. Me liga pra gente encontrar.
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