domingo, 21 de dezembro de 2008

São Paulo com Madonna

Coisas que acontecem comigo: Pego o avião para São Paulo e minha poltrona está ao lado de um moço sonolento e desinteressante. Ajeito-me com meu livro do Nelson Mota no colo, esperando uma oportunidade de acender a luz para leitura, mas meu companheiro não parece nem um pouco disposto a aturar isso. Antes da decolagem ouço uma voz masculina conversando ao celular, falando em francês. Inclino-no me para ver de quem se trata, um homem interessantíssimo e (dou uma conferida rápida), de ternos e olhos azuis... Ah... Minha poltrona nunca é ao lado de alguém assim!!!
Coisas que nunca acontecem comigo: Estamos voando há cinco minutos. Pergunto ao moço do lado se incomodaria se acendesse a luz de leitura. Ele diz que vai mudar de poltrona, pois o avião não está cheio. "Ótimo", penso. E mergulho na vida de Tim Maia. Sinto alguém me observando. É o francês interessante. Ele pergunta, sotaque carregado: - Sobre o que é o livro? Pronto. Convida-me a sentar ao seu lado. Então, excelente papo durante 50 minutos até São Paulo. Com sotaque francês... Trocamos telefones. Combinamos um jantar. Aquelas coisas dos filmes da Meg Ryan que nunca acontecem comigo tinha acabado de acontecer...
Um dia perfeito: Durmo maravilhosamente no quarto do Hotel. O dia amanhece tipicamente paulistano. Cinzento, fresco, agitado. Como tenho algumas horas antes da minha reunião com um cliente, vou dar um passeio pela
cidade. Subo a Nove de Julho a pé, em direção à Paulista. Os lindos prédios já estão ornados para o Natal. A cidade fervilha, passam por mim tipos de todos os estilos. Na esquina, atração fatal: cara a cara com o Masp. Confiro o relógio. Dá tempo de um encontrozinho com a arte? Passeio pelo Masp. Já sou recepcionada pela ilustração fantástica de Dalì. Ali um Goya, acolá um Van Dyck... alguns renacentistas, um pouco de barroco... até Ticiano! Vou percorrendo a história da arte, obra a obra, tão fascinada que me sinto fluturar. Mas paro mesmo diante de Renoir... Ah, um quadro que eu amo, o Rosa e o Azul... Sigo pelos impressionistas com a impressão de alma baforejada por beleza, e vida, e cores, e formas... Ah, achei Van Gogh... Modigliani ... e Picasso, da fase rosa. Ah, essa doeu... Eros e Psique, na escultura arrebatadora de Rodin... Passo duas horas de puro prazer... Quando dei por mim, já estava atrasada para o almoço combinado com uma amiga colhida em uma viagem de férias maravilhosa, e a quem não via há dois anos anos. Pego um táxi esbaforida e corro pro Itaim. Renovamos as histórias, os papos, a vida... Dois anos nos mudam muito, mas ela está exatamente a mesma! Cara de menina, apesar de recém mamãe...
Negócios:
De 14:00 às 18:00, reunião de trabalho. A chuva que cai então me deixa um pouco alarmada... Dor de barriga e ansiedade. A cliente parace tão indecisa... Temos que usar todas as artimanhas criativas para convencê-la das nossas sugestões. Mas no final, tudo dá certo. Agora é só apresentar o projeto na... Segunda feira!!!! Prazos impossíveis me perseguem...


Happy Hour:
(Vaca Véia) Recomendam-me um bar bacaninha ali perto, frequentado pelos yuppies paulistanos. Encontro-me novamente com minha amiga para uma cervejinha e um bate papo, num dos botecos eleitos pelos paulistanos como o melhor lugar para paquerar. São Paulo é um lugar ótimo para mulheres solteiras, descubro. Todos os homens olham para a gente. Paqueram. São simpáticos. E estão em grande número pela cidade. Já estava achando que era transparente em minha cidade.

22:00 -
Aguardo meus amigos que vêm para o show da Madonna no dia seguinte. Enquanto isso gasto alguns minutinhos na internet. Até que me vêm uma idéia à mente. Envio um email para o francês do avião. A resposta é imediata! Meu telefone toca e ele virá me buscar para jantar em poucos minutos. Fico torcendo para a Cláudia chegar logo, não quero sair com um estranho, ainda sou mineira e desconfiada. Deixo um bilhete no quarto: " Saí com um estranho, o dono deste cartão. Se eu não voltar, chame a polícia!" Mas não foi necessário nada disso, a Cláudia chegou e saímos os três para jantar.

O francês: (Santo Grão da Oscar Freire) Depois de rodar um pouco pela São Paulo noturna mergulhada em luzes de natal, decidimos por um café despretencioso na Oscar Freire. Mas... Por que não me avisam que os franceses são esnobes, enjoados e que têm o extremo mau gosto de falar mau da terra que os acolhem? Cadê o gentleman do avião?




Um dia mais que perfeito: Enrico vem nos acordar no hotel. Tomamos café juntos e bora explorar São Paulo!
Agora de metrô, até o Museu do Ipiranga. Depois, táxi até o Shopping Morumbi, pra ficar mais perto do estádio. Brriguinhas nutridas pelo MC Donald´s e bora pro show!!!

Quase arrependimento -  Quem merece seis horas em pé numa fila, sujeito a sol, chuva, oportunistas vendendo energético a 10 reais? Madonna né... Só ela!

 
As luzes -  Bem, quando as luzes do palco acendem, esquecemos tudo!!! Até que estávamos vaiando cinco minutos antes por que o show está atrasado...

O Show
- O figurino estava lindo. - Cenários de sonho. - Madonna no palco é energia pura. Ela se diverte e dá cada passo com precisão. Não é mais um show para ela. É O show... - O Dj pulando na galera foi divertido. - Ela prometeu não demorar tanto para voltar! - Amei La ista Bonita, ritmo cigano! - Quem disse que Madonna não canta não a ouviu em You Must Love me, voz e violino ao vivo. - Madonna com a camisa da seleção brasileira foi emocianante. - Surpresa!!! Hung Up rock´n roll, acordes de guitarra me conquistaram definitivamente... - Putz, como ela é bonita pessoalmente!

Fim de Noite
O taxista nos apresenta um fim de noite bem no estilo do nosso Paraconi belo horizontino, mas com um toque de boemia. Escondido no centro e refúgio de artistas e intelectuais. As fritas estavam boas. Enrico preferiu o bom e velho Mc donald´s.


Show da Madonna: Se existisse uma palavra, eu usaria para expressar o que foi e o que significou... A dona do verbo ficou literalmente sem palavras.


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2 comentários:

Danielle Luciano disse...

Amiga!
Que tudo esse seu tour por São Paulo! Me senti lendo um livro sobre a vida de uma executiva, contando sua estadia em São Paulo!
Chiquerésima!!!
Mas então o francês era chato? Não rolou nada???

Fernanda Fiuza disse...

O francês era um chato, esnobe e prepotente. Ele literalmente desenhou no guardanapo para explicar sobre uma teoria das placas tectônicas... ahahahaha